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Dor Miofascial: Uma Visão Atualizada e as Novidades em Seu Tratamento

A dor miofascial é um tema que ganha cada vez mais relevância na área da saúde. Recentemente, um artigo publicado no periódico Life trouxe novas perspectivas sobre essa condição, destacando avanços na classificação, compreensão e tratamento dos chamados pontos-gatilho miofasciais (TrPs).


O Que é Dor Miofascial?


A dor miofascial é caracterizada pela presença de pontos-gatilho em bandas tensionadas do músculo esquelético. Esses pontos podem ser ativos (quando reproduzem a dor sentida pelo paciente) ou latentes (quando não estão diretamente associados aos sintomas). A condição, embora comum, muitas vezes é subdiagnosticada, causando sofrimento desnecessário aos pacientes.


O estudo propõe uma nova abordagem para a classificação e tratamento da dor miofascial, utilizando os critérios da IASP (International Association for the Study of Pain), publicados em 2021.


Esses critérios permitem identificar diferentes fenótipos de dor:

Nociceptiva: Associada à ativação de nociceptores periféricos.

Nociplástica: Relacionada à sensibilização central, como ocorre na fibromialgia.

Mista: Quando há sobreposição de múltiplos mecanismos de dor. A ideia é que essa classificação possa orientar tratamentos mais eficazes e personalizados.

 

  1. Classificação Fenotípica de Dor: A dor miofascial pode ser predominantemente nociceptiva, nociplástica ou mista, dependendo dos mecanismos subjacentes. Essa abordagem permite que o tratamento seja mais direcionado.  


  1. Tratamento Integrado e Personalizado: Terapias manuais e agulhamento seco continuam sendo eficazes para reduzir a dor no curto prazo. Em pacientes com fenótipos nociplásticos, uma abordagem mais ampla é necessária, incluindo educação em neurociências da dor, exercícios graduais e suporte psicossocial. Exercícios específicos, como alongamento e fortalecimento, mostraram-se útis, mas devem ser adaptados ao tipo de dor predominante.   


  1. Decisão Clínica Baseada em Fenótipos: Foi desenvolvido um modelo de árvore de decisão para auxiliar os profissionais na identificação do fenótipo predominante de dor e na seleção do tratamento mais adequado. 


  1. Comorbidades e Sensibilização Central: A dor miofascial frequentemente coexiste com outras condições, como fibromialgia e osteoartrite. Nesses casos, tratar apenas os pontos-gatilho pode não ser suficiente; é preciso abordar também os mecanismos centrais da dor.  

 

O Que Isso Significa para os Pacientes?

Para quem sofre de dor miofascial, essas novidades representam uma esperança de tratamentos mais eficazes e menos frustrantes. Identificar corretamente o fenótipo da dor pode evitar abordagens ineficazes e melhorar significativamente a qualidade de vida.

 

 

O artigo reforça a importância de uma abordagem multimodal e personalizada no tratamento da dor miofascial, integrando avanços na neurociência da dor e terapias baseadas em evidências. A utilização dos critérios da IASP e a classificação fenotípica de dor abrem caminho para uma nova era no manejo dessa condição, promovendo um cuidado mais eficiente e humano.

 

Se você ou alguém que conhece sofre de dor miofascial, busque orientação profissional, seja com ortopedista ou com fisioterapeuta, para um diagnóstico adequado e um tratamento baseado em evidências. O futuro da saúde está na precisão e na personalização do cuidado!

 

Fonte: Myofascial Pain Syndrome: A Nociceptive Condition Comorbid with Neuropathic or Nociplastic Pain. Life (Basel). 2023 Mar 3;13(3):694. 

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